sábado, 21 de julho de 2007

O estado da nação

Realizou-se hoje na Assembleia da Républica o tradicional debate do estado da nação....Vou-me dar ao luxo de comentar o estado da nossa nação, tendo por base o que foi lá dito.
A actual legislatura está sensivelmente a meio, em 2009 teremos eleições legislativas, e se uma evetual recandidatura de José Socrates aparece como muito provável, do lado do maior partido da oposição, o PSD, não existem certezas quanto ao candidato que irá apresentar, mas falando mais exactamente de estado da nação...
Na minha modesta opinião creio que era díficil fazer pior que os dois Governos liderados respectivamente por Durão Barroso e Santana Lopes, em coligação com o CDS-PP, por isso quem quer que fosse que lhes sucedesse, de certeza que iria ser melhor.
Mas o que vemos??
Podemos dizer que número de desempregados é o mais elevado dos últimos anos, o que é um facto indesmentivel, até porque basta ver as notícias, e vermos o número de empresas que tem encerrado as portas...não nos podemos esquecer que muitas vezes o Governo não pode fazer nada, atentemos no exemplo da OPEL da Azambuja, abandonaram o nosso país por uma mera lógica de lucro, deslocalizando a fábrica em Portugal para a Espanha, e quanto a isto o Governo nada pode fazer...
Aspecto que me tem deixado muito satisfeito com este Governo é constatar que pela vez alguem teve coragem de afrontar ao interesses instalados, e que muitas vezes tem sido um enorme travão ao desenvolvimento do país, ora vejamos, vemos os funcionários públicos em geral a protestarem, mas protestam porquê??
protestam porquê veio alguem dizer que estava na hora de subirem nas carreiras por mérito, isto é, acabar de vez com este cancro que existe em Portugal, e que foi implementado pelo então PM Cavaco Silva, e que dá pelo nome de progressões automáticas, que consiste em um funcionário publico, quer seja assiduos ou não, quer sejam pontuais ou não, quer sejam competentes ou não, subissem na carreira ao fim de um determinado número de anos de serviço, muitos economistas consideram esta situação como sendo uma das principais razões para que o défice orçamental se tenha vindo a acumular ao longo dos anos, e agora que vem um Governo tentar acabar com isto, levantaram-se logo vozes contra, em especial dos sindicatos afectos ao sector público.
Depois outra coisa que me deixa intrigado é ouvir as pessoas na rua, a dizer que "isto ta mau", e que "alguma coisa tem de ser feita", mas depois quando se tenta fazer algi vem logo tudo contra, isto é, algo tem de ser feito, desde que não me atinja a mim, basta atentar nos estudantes universitários, aumentaram-se as propinas (atenção que eu sou universitário), em algumas situações os aumentos foram injustos, temos de reconhecer isso, mas logo vieram os estudantes fazer "manifs", pode-se gastar dinheiro em tudo, ir para faculdade de carro qd se pode ir de metro, ou dar 15e para entrar numa discoteca, mas para pagar as propinas aí ja não pode ser...
depois temos o exemplo dos militares, falou-se em mexer no seu regime, e logo vieram os "passeios do descontentamento", fez-se a Lei das finanças locais, de forma a evitar gastos desnecessários das autarquias, e logo veio o senhor Ruas dizer cobras e lagartos do Governo, fez-se a nova Lei das finanças regionais, e obviamente que o acolhimento por parte das regiões autónomas não foi muito amistoso, mexeu-se no regime das farmácias e dos medicamentos genéricos e logo vêm os farmaceuticos falar mal do Governo, decide-se encerrar maternidades, quando muitas vezes, estou-me a lembrar do exemplo de Famalicão, a maternidade de susbstituição está a poucos minutos por auto-estrada, e pergnta-se ás pessoas porquê não querem ir ter os filhos á terra ao lado, ao que as pessoas dizem que querem é ter os filhos em Famalicão...Obvio que em algumas situações o Governo podia ter agido de outra forma, exemplo de Elvas; fala-se em extinguir algumas freguesias das grandes cidades,só Lisboa tem 53, caindo-se no ridiculo de entre o Terreiro do paço e os Restauradores passar por 3 ou 4 freguesias, e vem logo os autarcas dizer que são contra; diminuiu-se o número de dias de férias judiciais, e logo vieram os juízes e funcionários judiciais dizer que estavam contra; pensa-se em fechar algumas urgencias hospitalares, tentando acabar com situações ridiculas como a existente no centro hospitalar do médio-tejo, onde existem três hospitais em pouco mais de 30km, e logo vêm os autarcas picar as populações para se manifestarem contra o Governo; falou-se na hipótese de se fundirem as três Universidades públicas existentes em Lisboa, como acontece em Coimbra e Porto, e logo vieram os reitores dizer que eram contra, isto para não falar da hipótese de se fechar algumas instituições de ensino superior espalhadas pelo país, mesmo que muitas delas estejam ás "moscas", obviamente que os poderes locais não concordam, porque fica sempre bem ter lá um instituto politécnico.....
Perante tudo isto não faço um cenário negro da Nação, acho que acima de tudo o Governo deve estudar muito bem todas as situações, sem ceder a pressões os corporativismos bacocos, de forma a tomar as decisões correctas.

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