segunda-feira, 16 de julho de 2007

Lisboa com novo Presidente...

Realizaram-se hoje em Lisboa as eleições intercalares para a respectiva Câmara Municipal, saindo vitorioso o Partido Socialista, reconquistando assim a presidencia do maior munícipio português 6 anos depois.
Mas este acto eleitoral obriga-nos a algumas reflexoes, em primeiro lugar o elevado valor da abstenção....Todos nos sabemos que estamos em Julho, e que muitos lisboetas se encontram se férias, e que esmagadora maioria destes eleitores não se iria deslocar dos respectivos locais para vir á capital votar...sabemos igualmente que existe uma abstenção técnica que ronda os 10%, isto é, pessoas que já morreram mas que não foram apagadas dos cadernos eleitorais, ou então pessoas que residem fora do concelho e que mesmo assim continuam recenseadas em Lisboa....mas temos de reconhecer que mesmo tendo tudo isto em conta estamos perante um valor histórico, e que é algo que nossa classe política tem de olhar com muita atenção, pois é um fenómeno que se vem agudizando com o decorrer dos anos.
Isto acontece porque pessoas deixaram de ter confiança nos políticos e na politica, e sejamos sinceros, que nestas eleições em particular, também não ajudou muito a imagem que o anterior executivo camarário, apoiado pelo PSD, deu.
Pois ver inúmeros membros da câmara municipal suspeitos da prática de vários crimes, e ao mesmo tempo ver-mos a cidade parada, não ajudou em nada á mobilização dos eleitores.
Fazendo uma análise aos resultados em si....
Primeira conclusão a fazer é que não é possivel fazer uma análise devidamente cuidada com uma abstenção que rondou os 60%, conclusão seguinte é que por íncrivel que pareça, a haver vencedores estes são, sem dúvida absolutamente nenhuma, os dois candidatos independentes que se apresentaram ás eleições, em especial o Eng. Carmona Rodrigues, anterior presidente, e por muitos considerado como sendo o principal responsável pelo estado a que Câmara chegou, mesmo assim conseguiu ficar em 2º lugar, apenas ficando atrás do candidato vencedor.
De seguida, e não menos importante, temos de realçar a prestação da Arq. Helena Roseta, conseguindo uma votação na ordem dos 10%, ficando á frente dos candidatos apoiados pela CDU, BE, e CDS/PP, o que para uma candidatura sem o apoio de qualquer máquina partidária, assim como foi a do Eng. Carmona, tendo conseguido assim, os dois juntos, uma percentagem que rondou os 25%, e tendo eleito 5 dos 17 vareadores que compoem a camara,outro dado a reter pelos partidos.
Depois, e olhando para o resultado obtido pelo Dtr António Costa, chegamos á conclusão que não conseguiu uma vítória tão expressiva quanto isso, tudo bem que temos de ter em conta a fragmentação de votos originada pelos candidatos independentes, mas mesmo assim ficou bem longe da maioria absoluta, ficando agora refém de eventuais coligações pós-eleitorais, embora tenha tido o mérito de pela primeira vez desde 1976 ter ganho a câmara da capital para o PS sem qualquer tipo de coligação, desejo muto sinceramente que o Dtr António Costa faça um bom trabalho á frente do maior múnicipio do país, até tendo em conta que na minha opinião foi o candidato que melhor se apresentou na campanha, apresentando ideias e projectos.
Quanto ao PSD, que dizer de um partido que era poder na câmara á 6 anos e que agora conseguiu pouco mais que 15%....óbvio que também sofreu do fenómeno Carmona, mas foi o resultado da forma como este dossiêr foi gerido pela direcção do partido, o Dtr Fernando Negrão é uma pessoa muita válida, com provas dadas na magistratura, mas lança-lo assim ás feras não foi a melhor ideia, demonstrando sempre um certo desconhecimento da realidade de Lisboa.
Quanto á CDU, creio que foi o partido menos prejudicado com a elevada abstenção, o eleitorado do partido é fiel, e isso veio-se a provar na percentagem final, andando perto dos 10%, e conseguindo eleger 2 vareadores, aproveito para deixar igualmente uma palavra de apreço a Ruben Carvalho, pois, foi a par de António Costa, o candidato que mais conhecimento demobstrou ter sobre a realidade de Lisboa.
Quanto ao BE, conseguiu eleger José Sá Fernandes para a vareação, espero que contribua para a governabilidade da cidade.
Para finalizar, o CDS/PP, pela primeira vez desde 1976, não conseguiu eleger o seu cabeça de lista, Dtr Telmo Correia, tou em crer que a culpa não é dele, mas sim de quem está á frente do partido...Dtr. Paulo Portas insistiu em fazer destas eleições um teste ao Governo PS, pedindo um cartão vermelho, mas parece que foi ele que levou o dito cartão dos lisboetas, está provado que o efeito Paulo Portas é "chão que deu uvas", já foi assim nas eleições regionais da Madeira, e foi agora nas intercalares de Lisboa, obtendo o CDS valores muito baixos.
Espero que agora a câmara seja governavel, e que haja uma liderança forte, e sem qualquer tipo de suspeitas, de forma a que Lisboa se desenvolva e se afirme no contexto do país, não quero mais verLisboa como esta se encontrava, parada.......

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